Depois do pequeno review sobre Daft Punk, agora uns comentários rápidos sobre as outras atrações que vi.
Sábado
Ouvi o Mombojó e foi bacana. Nunca tinha visto um show deles e achei interessante, tinha gente cantando as músicas etc. Em seguida veio Patti Smith e banda com seus cabelos brancos. Gostei bastante. Ela inclusive comentou sobre política, corporações, guerra e as eleições. “Vocês vão votar amanhã. Votem com o coração. O povo não deve servir ao governo, mas o governo deve servir ao povo”. Emendou com a óbvia “People have the power”, começou um coro de “hey ho, let’s go” e terminou o show arrancando as cordas da guitarra.
Ao fim da apresentação da musa punk, algumas pessoas foram embora. Eu fiquei para ver Yeah Yeah Yeahs. De início estava entediado e preocupado com o número de sósias da Karen O na platéia. Um povo, assim, meio fotolog. Não necessariamente gosto do YYYs mas acho os CDs interessantes. Pois bem, iniciado o show, saí na terceira música. Toda aquela comentada “presença de palco” pra mim foi teatrinho e, além disso, Booka Shade tocava no Village.
Corri pra lá e cheguei no fim da apresentação da dupla minimal. O que eu vi foi bacana, mas o espaço reservado aos DJs era péssimo: um corredor apertado com propagandas gigantescas da Motorola. Certamente os artistas mereciam coisa melhor, talvez apenas com exceção do farofeiro DJ Shantel, que tocou na sexta.
Depois do sorridente Booka Shade, entrou a dupla Ana e David, mais conhecida como Pet Duo. É importante frisar que em trinta segundos (entre o fim do set do Booka Shade e o início do set dos Pets) os BPMs foram de 120 para 180. A pista esvaziou um pouco, como era esperado, mas o hard techno do casal foi muito bom.
Domingo
O último dia do Tim era o dia do Beastie Boys. Antes deles, tocaram o bacaníssimo Instituto e o pretensioso DJ Shadow. Sobre esse último, parava o set para fazer conversinhas desnecessárias e massagear seu ego com os aplausos do público. Ainda chamou um MC chatinho que não parava de gritar coisas como “Rioooooo!!!! I wanna hear you making nooooise!!!!”. Foi interessante, mas poderia simplesmente ter tocado as músicas sem encheção.
Um pouco de espera depois, o palco do trio nova-iorquino estava pronto: uma mesa com pick-ups e mais duas coisas cobertas por um pano preto. Claro que todos sabiam que eram os instrumentos de verdade. O show foi explosivo desde o início. Os três estavam de terno e conversavam bastante.
“We love you all. We love Rio, we love the beaches, we love your juice… We love São Paulo”… Alguns cariocas se ofenderam com esse tipo de declaração, o que é extremamente bizarro. Houve muitos gritos de conterrâneos quando perguntaram se “is São Paulo in the house”.
Mas se era explosivo, terminou completamente destruidor. Os quarentões voltaram para o bis e mostraram a surpresa que, como eu disse, não era surpresa. Cada nota que saía do baixo criava uma ventania sem igual e tremia o corpo todo. Terminaram com “Sabotage” e o resultado foi dores pelo corpo e um dedo do pé provavelmente quebrado. Incrível! Segui para o Village onde vi Camilo Rocha animando o pessoal até de manhã com breaks e outras coisas divertidas.