Centro

Acho que a gente já escreveu isso aqui várias vezes, mas sempre que vou ao centro de São Paulo tenho vontade de repetir: é muito legal. Não o centro da 25 de Março e adjacências. Aquele é feio, ponto, chega de demagogias. Ontem fui almoçar por ali e, depois, andei um pouco. Visitei a Bovespa e o CCBB, vi ruas limpas, muita gente e nenhuma sensação de insegurança. Tem uma exposição sobre Clarice Lispector na entrada do Banespa que mais parece feita por alunos do primário, mas você pode pegar a fila e subir no mirante. O bar Salve Jorge, na praça Antônio Prado, é uma beleza à parte. Um amigo já viu essa praça em frente à BM&F tomada por mesas e gente bebendo e conversando no fim de uma sexta-feira.

As fotos eu fico devendo pois queimei o filme na máquina. Sim, eu uso filme e consigo queimá-lo.

Papai Noel existe mesmo e mora lá… na Espanha

O bom velhinho chegou no dia 17 de novembro. A viagem da Espanha até a Holanda foi tranqüila, mas o navio teve alguns problemas quando se aproximava da costa batava, o que causou certa comoção na população presente para recepcioná-lo. No fim, tudo deu certo e São Nicolau desembarcou junto com seus ajudantes.

As crianças ficaram preocupadas quando o viram cair do cavalo (sem trocadilhos, gente), mas se tranqüilizaram pois um Pedro Preto rapidamente o ajudou a se levantar. Pedro Preto?

Pros moradores da Holanda e de Flandres, Sinterklaas mora longe, num país exótico, junto de seu ajudante, o Zwarte Piet. O Pedro faz o trabalho sujo: traz o saco com os brinquedos e doces que distribui descendo pelas chaminés.

Os pequenos deixam o sapato à beira da lareira e dão cenoura e feno para o cavalo de São Nicolau, sempre na expectativa de um presente bom e, claro, de não serem levados embora. Pedro e Nicolau têm um caderninho onde marcam tudo que as crianças fizeram de errado e podem dar surra de vara nelas.

Na pior das hipóteses, as seqüestram, numa espécie de homem do saco neerlandês. Sim, porque as crianças que se comportaram mal durante o ano são levadas embora para a Espanha no saco do Pedro Preto. Nada mais assustador, não é mesmo? Gosto muito das antigas tradições européias.

Confissões

Vou falar a verdade: começou com o “Confessions on a dance floor”, lançamento de 2005 da Madonna. Sim, faz dois anos, mas só agora prestei atenção e percebi que a música “Get Together” tem uma linha de baixo muito, muito parecida com um clássico da house music.

Madonna – Get Together

Problema: resolvi procurar a faixa antiga. Mas como? Fui pelo caminho mais difícil. Ao invés de procurar no Google coisas como “madonna get together bassline”, decidi ir atrás do clipe da música velha. Me lembrava vagamente. Sabia que tinha um garoto, um descampado e um aeromodelo. Naquela época eu não estava tão ligado assim nos meandros da dance music, mas gostei muito do que vi. Viva o tempo em que a MTV passava vídeos legais!

Comecei a digitar aquelas coisas (“boy”, “house music”, “model airplane”, etc.) no You Tube, mas sem sucesso. Já estava desistindo quando baixei o “Alive 2007” do Daft Punk, que ainda não foi lançado mas é encontrável no torrent mais perto de você. Ouvindo a apresentação da dupla francesa, percebi um som peculiar. “Ei, é aquela música!”, pensei. Olhei os títulos das faixas e tava lá: “Music sounds better with you”.

Stardust – Music Sounds Better With You

O You Tube me comprovou que o clipe era mesmo aquele. Depois procurei mais informações e cheguei na página da Wikipédia sobre a banda Stardust, que só teve esse sucesso em sua carreira. Virou um clássico lá em 1998. Um dos integrantes era Thomas Bangalter, metade do Daft Punk, e daí a razão pra música estar na apresentação dos caras. Fiquei sabendo também que o clipe, que ficou gravado no meu cérebro durante uma longa década, foi dirigido pelo Michel Gondry. O ciclo se fechou.

Seis anos, um tigre e toda a sensibilidade do mundo

O Mundo é Mágico é talvez um dos títulos mais felizes que poderiam ter sido atribuídos a uma coletânea de As Aventuras de Calvin e Haroldo, de Bill Watterson. Já fazem muitos anos que sou fã do molequinho loiro de 6 anos de idade e seu fiel tigre (alguém falou de pelúcia?), mas nunca tive livro nenhum da criação de Watterson.

Nunca até mês passado, quando fui para o Rio de Janeiro e, em um passeio pela Livraria da Travessa, decidi comprar E foi assim que tudo começou para ler no avião, na volta para São Paulo. Resultado: pisei em Congonhas com o livro já terminado. E ontem comprei este que cito no começo do post, pela metade do preço – lá na feira do livro da USP, no prédio da História – e tenho pena de terminar de lê-lo tão rápido.

Muito mais do que humor e léguas distante de pura fantasia, as tirinhas de Watterson revelam de forma surpreendente o universo de uma criança hiperativa que com sua fantasia e ingenuidade, não só nos fazem rir, como também nos jogam na cara o tempo todo o prazer de rir de coisas simples e de nossas próprias rotinas massacrantes.

Mais que isso: nos faz pensar em quanto tempo faz que não nos permitimos soltar a imaginação, fantasiar, conversar com nossos tigres imaginários. Leitura obrigatória a todo mundo que acha que está longe demais dos 6 anos de idade.

Barômetro

Todos sabem que este blog é lido pelos jornalistas da Folha. A grande prova de hoje é que a Ilustrada publicou uma pequena reportagem com os blogs de celebridades, uma verdadeira homenagem ao post logo ali embaixo sobre o site de Regina Duarte. Como a gente não tem tempo, copiei só um texto da Regina, mas o jornal nos presenteia com outras coisas que você pode ler na versão impressa. Tipo as preocupações da Wanessa Camargo com o planeta:

“Aqui, nesse espaço onde ninguém, além de mim, escolhe, edita ou colhe palavras de minha boca (…) quero deixar clara minha posição sobre neutralização de carbono”.

Os blogs são, assim como o programa Amaury Jr., “o barômetro das celebs”.

Mais ce n’est pas possible!

Os parisienses não sabem o que fazer pra entrar no trem lotado durante a última greve do transporte público. O pior (pra eles) é que no dia 14 vai ter mais.

Já a situação de um dia comum, sem greve, num certo país tropical…

Em poucas palavras

Ontem o 2manydjs, dupla belga divertida também conhecida como Soulwax, se apresentou em São Paulo. Alguns amigos foram, mas decidi me manter afastado dos eventos sociais e preferi ficar em casa ouvindo o novo CD deles, cuja capa estampa o seguinte título:

PS: Este blog ainda não se decidiu sobre a crise que atinge a Bélgica e pode levar o pequeníssimo país a se separar. Estamos preocupados com as grandes corporações e com o futuro da região conhecida como Benelux, que possivelmente terá de mudar seu nome para Flavalnelux.

Telefônica – 2

Momentos finais da novela.

Domingo, 4 de novembro.

Eu: Acontece que pedi a troca de plano e parou de funcionar ontem à noite.
Eles: Ah, pode ter relação mesmo.
Eu: …
Eles: Vou passar para o suporte avançado.

(suporte avançado)

Eles: E então o senhor não consegue se conectar?
Eu: Isso.
Eles: Vou fazer alguns testes na linha. O senhor aguarda?

(…)

Eles: Olha, o senhor vai precisar aguardar 48 horas, ok?
Eu: …

Segunda, 5 de novembro.

Eu: Continuo sem conexão.
Eles: O senhor já tem uma reclamação registrada.
Eu: Eu sei.
Eles: O senhor precisa aguardar a visita do técnico.
Eu: Eu não pedi técnico. O problema não é aqui.
Eles: Ele irá amanhã.
Eu: …
Eles: O senhor tem uma promoção na sua linha. Não quer assinar o Doctor Speedy?
Eu: Não.

Terça, 6 de novembro.

Técnico: O problema não é aqui na sua casa.
Eu: EU SEI.

(técnico vai embora e ligo para o 10315)

Eu: Não consigo me conectar há dois dias.
Eles: Vou passar para o suporte avançado.

(ouço o diálogo no suporte avançado)

Eles: Qual o problema?
Eles: Ele não consegue se conectar.
Eles: Mas ele já tem um chamado aberto. Não posso pegar.

(volta pra mim)

Eles: Senhor, o senhor já tem um chamado aberto com uma visita técnica agendada.
Eu: Eu sei. O técnico já veio.
Eles: Mas o chamado ainda não foi fechado. O senhor precisa aguardar o fim das 48 horas.
Eu: …
Eles: Mais alguma coisa?
Eu: Não.
Eles: Senhor, nós temos aqui uma promoção de TV por assinatura…
Eu: Não.
Eles: Tudo bem.

Quarta, 7 de novembro.

Eu: Não consigo me conectar há três dias.
Eles: Tente se conectar com internet@speedy.com.br.
Eu: Não funciona.
Eles: Como o senhor está digitando Speedy?
Eu: S-P-E-E-D-Y.
Eles: Só um momento, senhor.

(silêncio)

Eles: O modem está ligado, senhor?
Eu: Sim.
Eles: Eu vou fazer uma solicitação para outra área e o senhor vai precisar aguardar até 48 horas.
Eu: Eu já estou aguardando há 80 horas.
Eles: Então, agora eu estou fazendo um pedido pra outra área técnica. Vão ligar para o senhor para confirmar se foi resolvido.
Eu: …

(meia hora depois)

Eles: Pode checar se o problema foi resolvido?
Eu: Vou ligar o computador.
Eles: Ok.
Eu: Continua com o problema.
Eles: Vamos enviar um técnico.
Eu: Mas um técnico já veio e confirmou que o problema não é aqui.
Eles: Precisamos mandar um técnico mesmo assim.

Clipping – Eu Não Vou Negar

Ao trocar de roupa na parte de trás do palco, o sertanejo Luciano se desequilibrou. Ele caiu de uma altura de quase dois metros e ficou desacordado por alguns minutos. Zezé cantou três músicas sozinho. Luciano teve atendimento de emergência e voltou para terminar o show com o irmão. Nesta semana, o sertanejo está em Paris com a mulher Flávia. O incidente aconteceu na Ciudad del Este, no Paraguai, no sábado passado, mas só vazou agora.

Segundo a Folha de S. Paulo.

Ônibus de Zezé di Camargo e Luciano sofre acidente em Minas

Segundo a mesma Folha de S. Paulo, que pra arrematar, publica um histórico:

(…) Em agosto, a equipe da dupla Zezé Di Camargo e Luciano estava na aeronave da Gol que sofreu um incidente no aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (GO).(…)

Estará o universo conspirando implacavelmente a favor do bom-gosto musical?

Rá, tim, bum!

Todo mundo sabe que os alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, intimamente chamada de SanFran, são orgulhosos (até demais, dizem as más línguas uspianas) da história dessa instituição. Além de terem sido responsáveis por um empurrão de São Paulo em direção à modernidade, os franciscanos criaram a primeira micareta da história, inventaram o bauru e ainda tiveram tempo pra gerar onze presidentes do país. O que pouca gente sabe é que uma música cantada diariamente por todos os cantos do Brasil tem um toque das Arcadas.

Parabéns pra você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida

E pro aniversariante nada?
Tudo!
Então como é que é?

É pique, é pique, é pique, é pique, é pique!
É hora, é hora, é hora, é hora, é hora!
Rá, tim, bum!

O último parágrafo dessa conhecida música só existe por causa da SanFran.

1. “É pique, é pique” era uma saudação a um estudante.
2. “É hora, é hora” era um grito de guerra de botequim.
3. “Rá–tim-bum” refere-se a um rajá indiano que visitou a faculdade.

Mais informações na revista da Fapesp.