Archive for dezembro, 2006

Flash mobs

dezembro 31, 2006

Você conhece as flash mobs? Essa poderia ser uma pergunta feita há uns três anos, quando a mania se espalhou por meio mundo. Caso você não se lembre, as flash mobs eram encontros combinados pela internet em locais variados da cidade para fazer coisas sem sentido. Aqui no Brasil foi tudo meio chato, mas no exterior tivemos exemplos razoáveis de criatividade humana, como se ajoelhar em frente ao dinossauro da Toys”R”Us, em Nova York.


Pois parece que as flash mobs estão voltando, mesmo que seja com outro nome. No último 11 de outubro, centenas de pessoas se encontraram às 19h24 na estação Liverpool do metrô de Londres para dançar durante durante longos minutos… em silêncio. A regra dizia: traga seu iPod e ” dance like you’ve never danced before”. Não me lembro se cheguei a comentar aqui. De qualquer maneira, vale voltar ao assunto.


Há alguns dias, mais uma vez em Londres, pessoas marcaram via email uma luta de travesseiros no meio da rua. Foi na Liverpool Street, às 18h12, e os vídeos estão no You Tube. Não é novidade, pois em dezembro de 2005 o mesmo já tinha acontecido em Covent Garden – a foto acima é do ano passado. Quando vão trazer isso pra cá?

Balanço 2006 – Filmes

dezembro 29, 2006

No ano que vai ficar marcado por “Serpentes a bordo”, os dez melhores filmes que vi no cinema são, na minha modesta opinião:

Boa noite e boa sorte (George Clooney)
Babel (Alejandro González Iñárritu)
Capote (Bennett Miller)
Volver (Pedro Almodóvar)
O céu de Suely (Karim Aïnouz)
Maria Antonieta (Sofia Coppola)
Os infiltrados (Martin Scorsese)
O crocodilo (Nanni Moretti)
O segredo de Brokeback Mountain (Ang Lee)
Caché (Michael Haneke)

Mereceriam lembrança também alguns curtas e documentários, mas preferi me ater aos longas. A lista completa tem uns setenta filmes.

Filas

dezembro 28, 2006

Parece que a gente gosta mesmo de filas. Não faz muito tempo que o Burger King desembarcou no Brasil e trouxe junto filas quilométricas que duraram meses. Me lembro bem que poucas semanas depois da abertura da primeira loja, no shopping Ibirapuera, fui visitá-la e encontrei espera de longos minutos pra chegar ao caixa e fazer o pedido. Claro que desisti.

Eis que no começo de dezembro inaugurou o primeiro Starbucks do país. Conhecido de viagens ao exterior, várias pessoas ficaram efusivas com a novidade e saíram correndo até o shopping Morumbi pra ver a loja e beber naqueles copos de isopor. Pra se sentir em Nova York, sabe como é.

Também passei por lá e, sim, tinha fila. Dessa vez resolvi esperar (uns dez minutos) e comprei um frapuccino, que foi pessimamente copiado pelo Fran’s Café com o nome de “franccino” ou coisa assim. A versão americana é melhor, mas nada de espetacular.

Os guardanapos são “printed in USA”, um charme pra quem se dispõe a pagar R$ 5,50 pelo capuccino pequeno (que, tudo bem, não é tão pequeno assim) ou R$ 5,00 pelo muffin de blueberry. Não tem wi-fi, mas o som ambiente é jazz e só faltou nevar. Em tempo, o capuccino em Nova York custa US$ 3,45 – uns R$ 7,50.

Balanço 2006 – Shows

dezembro 27, 2006

O ano está acabando e certamente não teremos mais nenhum show de impacto até 2007, mas reconheço que posso estar enganado pois a exceção talvez seja o Réveillon na Paulista, com KLB e Calypso. Tendo em vista que não acredito muito nessa possibilidade, decidi publicar aqui minha lista com as melhores apresentações deste ano que foi cheio de boas notícias musicais.

1. Daft Punk na Marina da Glória
2. Franz Ferdinand no Espaço das Américas

E são só esses dois mesmo. Nada mais importa. Não estão em algum tipo de ordem porque ranquear shows é uma coisa bastante complicada, mas tenho certeza que ambos estão no meu top 3 pessoal. Até o fim da semana publico minha lista dos melhores filmes.

Balanço (Momento Querido Diário)

dezembro 24, 2006


Para mim, 2004 foi o ano do cinema. Ano passado foi o ano em que não fiz quase nada por causa do meu projeto de conclusão da faculdade. Agora que estamos no final de 2006, é hora de fazer um balanço. E não há sombra de dúvida que foi o ano do teatro.

– Fui no total 50 vezes ao teatro
– Assisti a 38 espetáculos diferentes (sendo 37 que eu nunca havia visto antes)
– Vi espetáculos das quatro companhias que mais me empolgam: Teatro da Vertigem, Teatro Oficina, Os Satyros e Sutil Companhia.
– Vi (ou revi) minhas peças Top Five de todos os tempos: Os Sertões, Anjo Negro, BR-3, A Vida na Praça Roosevelt e Avenida Dropsie.
– As salas em que mais vi peças foi nos dois espaços dos Satyros: 19 vezes
– A peça que mais assisti foi Os Sertões, do Zé Celso: 11 vezes no total, somando as 5 partes da peça, num total de quase 60 horas
– Em 2006 vi Avenida Dropsie pela sétima vez.
– Assisti a um espetáculo no rio Tietê
– O grupo de que faço parte apresentou um espetáculo e iniciou a todo vapor a pesquisa/produção de outro que estreará em 2007
– Termino o ano fazendo parte de dois grupos teatrais distintos

Pois bem, que venha 2007 pra desbancar 2006!

Apelo – 2

dezembro 20, 2006

Resolvi exemplificar o que falei no post anterior. O seguinte apareceu no site que organizou a sessão de “Maria Antonieta”:

O estilista [Walter Rodrigues], que sabe tudo de cinema e figurino, foi no Sarau Maria Antonieta e escreveu pra gente falando de suas percepções em relação a estética do filme.

Uma parte do comentário do estilista continha o seguinte:

Adorei os microfones aparecendo e nos forcando aver que aquilo era cinema ,sem pretenção de fazer a verdade (…)

É disso que eu tô falando, minha gente. É disso! Curso de conhecimentos básicos de cinema para a população já! Abaixo o aumento dos deputados e vamos fazer uma escolinha gratuita.

Apelo

dezembro 19, 2006

Vou fazer um apelo aos exibidores de São Paulo. Por favor, prestem mais atenção nas projeções dos filmes. Se não bastasse o som ruim de vários lugares, há um tempo eu quase sempre vejo filmes desfocados e eu não tô afim de ficar pagando caro pra não ter qualidade. Na Mostra, pessoas reclamaram de projeções duplas e de filmes que simplesmente viravam borrões.

Ontem, na sessão de “Maria Antonieta” no Cine Olido, foi um dos momentos mais bizarros: devido à janela errada, pudemos ver todos os tipos possíveis de microfones que são usados num set de filmagem e por vezes uma faixa preta aparecia na tela. Teve gente saindo da sala dizendo que a produção do filme foi horrível “pois dava pra ver microfones em várias cenas”, como se fosse uma opção da Sofia Coppola ou coisa assim…

Maria Antonieta

dezembro 19, 2006

Sofia Coppola fez um filme histórico que não é bem um filme histórico. Os críticos em Cannes mais vaiaram que aplaudiram, recepção bem diferente do esperado. Pode não ser um filme perfeito, mas está muito longe de merecer algumas das críticas que recebeu. É uma obra retrô-cool, cheia de cores, texturas, com uma bela Kirsten Dunst em ótima atuação e até um All Star no figurino do século XVIII.


A história é focada na própria Maria Antonieta e os acontecimentos daquela época são apenas um pano de fundo sem muita importância até o fim do filme. Vemos como ela sai de seu habitat na Áustria e é levada até Versalhes, para um casamento arranjado com o futuro rei Luís XVI. A corte francesa não poderia ser mais diferente da austríaca com todas suas afetações, babados e gastanças proporcionados pelo Antigo Regime. As roupas e até mesmo o cachorro que vieram de Viena são proibidos de passar pela fronteira.

Pense a respeito disso. Uma jovem com 14 anos é levada a se casar em outro país. Mais. Lá chegando, não engravida, pois seu marido parece estar mais interessado nas caçadas que faz todas manhãs, e é alvo de fofocas dizendo que “a austríaca” é “frígida”, “seca” e que “não sabe seduzir o marido”. Mais. Sua mãe manda cartas lembrando-a que está ali apenas porque pode dar um herdeiro para a França. E agora ela já tinha uns 16 anos.

Como todos acabam se moldando ao meio, Maria Antonieta passa a se divertir como pode. Quebra o protocolo, lê Rousseau, dá festas, prova perucas e roupas e sapatos, joga cartas e convence seu marido e as amigas a irem num baile de máscaras em Paris. Essa cena do baile é uma das mais interessantes pois vemos a aristocracia francesa dançando, em fins do século XVIII, ao som de Siouxsie and The Banshees. É isso. E funciona, como em todo resto do filme. As músicas fora de época se encaixam com perfeição em quase todos momentos.

Então Luís XV morre, seu neto é coroado junto com a rainha, ele com 20 e ela com 19 anos, e ele pede ajuda a Deus “pois somos muito jovens para reinar”. Os dois estão perdidos no meio de tantos serviçais, obrigações e manias. A rainha continua correndo pelos jardins do palácio e conversando sobre sapatos e penteados, mas aos poucos começa a se tornar mais madura. Com a população às portas de Versalhes, Luís XVI diz que fica no castelo e ela explica que estará junto de seu marido. Termina da melhor forma, mostrando a certeza do fim de uma era, mas sem entrar em detalhes.

Se você está interessado na vida da rainha, sugiro ler “Marie Antoinette – The journey”, livro de Antonia Fraser no qual o filme foi livremente baseado. Outra dica é “A revolução francesa”, pocket do Hobsbawm baratinho, baratinho. Vamos combinar o seguinte: você vai assistir ao filme sem esperar um documentário histórico. Divirta-se.

Crise Existencial

dezembro 18, 2006

1) Quem é Karina Bacchi?
2) Por quê a Folha de S. Paulo publica pelo menos uma notícia por dia sobre ela?
3) Quem faz a assessoria de imprensa dela?

Londres em dois filmes

dezembro 18, 2006

007 – Cassino Royale

Adoro 007. Juro que não acreditava em Daniel Craig (sua participação em “Munique” foi bastante sem-graça) mas me esqueci dele em 15 minutos. Digo, me esqueci que era ele. O ator se moldou tão bem ao personagem que todos aqueles estranhamentos passaram.

Grande cena de perseguição no começo! Poucos gadgets tecnológicos — o que não é necessariamente ruim — e James Bond salva o mundo jogando pôquer. A última meia hora poderia ser condensada em cinco minutos, mas isso é um detalhe quando se tem Eva Green catapultada da França revolucionária para Montenegro, mostrando ser a contadora mais bonita de todos os tempos.

Filhos da esperança

Alfonson Cuarón tinha sido mais feliz em “Harry Potter”. Esse novo “Filhos da esperança” vale pela seqüência com a lente ensangüentada. É pretensioso, mas comprova que as Havaianas estarão firmes e fortes em 2027.