Archive for março, 2007

We’ve met before, haven’t we?

março 26, 2007


A Estrada Perdida, de 1997, é o filme do diretor David Lynch que vi mais recentemente, e é um de meus preferidos. Como nunca foi lançado em DVD no Brasil e é praticamente impossível de encontrar em qualquer lugar, recomendo dedicar um pouco da banda de internet para baixar esta obra. Neste filme, o diretor adiciona uma boa dose de terror da melhor qualidade na trama aparentemente sem sentido (que é sua marca registrada).

Diálogos do Cotidiano

março 20, 2007

– Eu conheço alguém que assistiu à peça “Spray do Amor – Uma Comédia Cheirosa”.
– Cruz-credo. O que essa pessoa falou?
– Que é legal. Mas aí o namorado dela, que é do interior, disse: “É nada. O spray deixa as mulheres ariscas e os homens viados”.

Diálogos do cotidiano

março 15, 2007

– E se a gente for pra Bósnia?
– Vamos ver aqui no guia… hm.. “o maior perigo são as minas terrestres”.
– Acho melhor não.

Rapidinhas musicais (ou "I’m still alive!")

março 14, 2007

Este é mesmo um ano pródigo para segundos CDs. Depois do ótimo “Sound of Silver”, do LCD Soundsystem, agora temos o lançamento de “Neon Bible”, do Arcade Fire. Com um tema tão fúnebre como do anterior, esse novo álbum prova que a banda canadense é realmente boa. Enquanto espero pelos terceiros CDs, os boatos dizem que Arcade Fire volta ao Brasil neste ano. Dessa vez espero que São Paulo ganhe um show pequeno e não um megashow no péssimo sambódromo.

Crusoés

março 11, 2007

Já faz algum tempo tenho notado uma certa histeria coletiva em torno do seriado televisivo Lost. O fato de ser maciçamente assistido por vários conhecidos com gostos pessoais incompatíveis com os meus e devido ao meu ceticismo em relação ao mainstream televisivo, relutei por muito tempo antes de aderir ao tal do seriado. Mas várias pessoas com gostos afins também me indicavam há algum tempo, então há pouco menos de um mês decidi pegar os DVDs da primeira temporada e ver qual era a dessa tal série.

Em um final de semana eu já havia visto a primeira metade da primeira temporada, um episódio na rabeira do outro, nonstop. Não que aquilo tenha me hipnotizado como já aconteceu com outros seriados, mas porque eu realmente estava intrigado para saber qual era a daquela ilha misteriosa com os sobreviventes do desastre aéreo. E por alguns dias eu realmente acreditei ter ficado viciado naquela série.

Mas então, por vários dias não conseguir sair daquele episódio onde eu havia parado. Vários dias, seguidos, eu chegava em casa e colocava o DVD, via os mesmos 10 minutos e desistia, trocava pelo DVD de um filme qualquer. Então eu percebi que aquele fogo de palha pra assistir um episódio após o outro era mais empolgação do que identificação com a série. Mas de um tempo pra cá tem se tornado cada vez mais difícil terminar a primeira temporada.

Sim, ainda não consegui terminá-la, mas espero fazê-lo em breve, pelo menos pra saber se essa minha opinião se mantém ou muda. Mas acontece que até agora não consegui enxergar o tal do “roteiro genial” que as pessoas tanto dizem: os roteiristas utilizaram a velha fórmula hollywoodiana de pegar vários personagens aparentemente desconexos e ir mostrando coincidências e interconexões. E para mostrar essas relações, usam nada menos que o tradicional (pra não dizer batido) recurso do flashback, que já cansou. E aí é que concordo muito com o Fabrício, que sintetizou a série muito bem: acontece que Lost, por mais caprichado que seja, não traz absolutamente nada de novo. E acho que é realmente essa sensação de déjà vu que tenha me incomodando tanto da metade da temporada pra cá.

Uma coisa que pude observar, e isso é um ponto positivo, é o capricho com que as imagens são tratadas. Não tenho acompanhado outras séries recentes para fazer comparações, mas a apropriação de recursos cinematográficos (logicamente comerciais) dá às cenas da série uma qualidade estética impressionante (embora aquele urso polar seja bem difícil de engolir, parece personagem de video-game). Há um quê de esquizofrenia aqui, se pensarmos que a televisão pode estar tentando se recriar com base no cinema, que possui uma linguagem e dinâmica totalmente diferentes. Mas isso é assunto para outra discussão, e eu nem mesmo tenho uma opinião a respeito disso.

Mas voltando a falar do roteiro, algumas pessoas que defendem a série com unhas e dentes afirmam que a grande sacada de Lost está na composição das histórias, e sobretudo nas formas como elas se entrelaçam. Sinceramente, até agora não vi nenhuma história individual que destoasse de algo que já tenha sido visto em algum filme de Hollywood. E isso as torna tão genéricas que as interconexões se tornam tão fáceis que beiram a mediocridade, feitas de uma forma que qualquer grupo de roteiristas empolgados conseguem fazer (sim, estou comprando muitas brigas com essa afirmação, mas até onde eu vi é o que eu acho mesmo).

Já com relação aos mistérios da tal ilha, tenho a impressão (ao menos para meus olhos céticos e ranzinzas) que os criadores ficaram tão contentes com o sucesso da série que desencanaram dos limites, e certamente não conseguirão amarrar tudo de forma plausível no final. E sinceramente acho que a essa altura eles estão ganhando tanto dinheiro que eles já estão cagando para como vão fechar a série. Como toda série de sucesso, é bem provável que a fórmula de sucesso se arraste e vá sendo “requentada” por quantas temporadas a audiência bancar.

E sendo mais cético ainda, chego a questionar se em algum momento eles alguma vez estiveram de fato preocupados em como fechar esse roteiro. Digo isso pelo formato e pela qualidade técnica e investimento na produção do piloto da série. Considerando que o piloto é o episódio de teste que define se a série será emplacada ou não, em Lost há um custo de produção e de marketing tão absurdos que não é preciso medir a audiência para saber que o programa seria emplacado. Nesta hora o formato de fácil digestão embalado na linguagem blockbuster também os ajudaram a ter essa certeza. E como previsto no plano de marketing do programa, a audiência comprou com euforia este embrulho enfeitado.

Resumindo, na minha opinião eu resumo toda essa febre de Lost a uma única palavra: marketing. Pelo menos enquanto não termino a primeira temporada, é isso. Vamos ver se nos 2 DVDs que me faltam eu mudo de idéia. Senão, dificilmente vou querer perder meu tempo com a segunda temporada, por mais genial que as pessoas defendam ser. Vou preferir começar minha coleção dos DVDs dos Simpsons que eu ganho bem mais… De qualquer forma, depois comento por aqui.


Adendo (15/03/07)
Só porque prometi que colocaria minhas impressões após terminar de ver a temporada. Pois bem, da metade para a frente, os episódios têm um ritmo muito mais acelerado. Senti falta da sutileza com que eles amarravam as histórias no começo: da metade para a frente, as informações são praticamente cuspidas na cara do espectador. Quanto mais perto do episódio final em três partes, mais a linguagem cinematográfica é deixada um pouco de lado (eu disse um pouco!) para dar vez à linguagem televisiva. Boa parte das perguntas geradas na primeira temporada se respondem, ou ao menos não continuam tão obscuras. E logicamente surgem milhões de novas informações desconexas e misteriosas que servirão de ponto de partida para a segunda temporada.

Veredicto final: quero assistir à segunda temporada sim, mas isso não é minha prioridade.

Rapidinhas Musicais

março 5, 2007

Rapidinha 1: Nunca me lembro de meus sonhos, mas lembro o desta noite. Sonhei que havia comprado o CD novo do Caetano Veloso. Esse pesadelo teria me deixado apavorado se no sonho eu não tivesse comentado com minha mãe, enquanto ouvíamos o CD: “Mas isso é uma BOSTA!”.

Rapidinha 2: Ano passado fui ao festival Skol Beats só para ver o LCD Soundsystem. De fato, comprei o ingresso, entrei no festival, vi o show que queria e fui embora, simples assim. E havia prometido que não voltaria mais ao festival. Mentira. Se forem verdade os boatos que estão circulando – de que o DJ francês Laurent Garnier estará no line-up deste ano – eu comprarei mais uma vez o ingresso. Claro, para entrar, ver seu set, e ir embora logo em seguida. Rever o Laurent Garnier sem o perrengue que teve ano passado no D-Edge será bacana, de preferência se também não houver o perrengue que rolou no Skol Beats do ano passado.